FORMOSO DE MINAS

FORMOSO DE MINAS
FORMOSO MG

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

POESIAS DO ESCRITOR XIKO MENDES (de Formoso-MG).

Vozes de um
FILHO DO MORRO do Barreiro

Xiko Mendes


Eu sou a Voz que hoje implora no deserto
Contra a ignorância e a dor da indiferença.
Sou a Voz de quem nas praças faz protesto
A favor da construção de nova consciência.

Uma nova Consciência contra os indiferentes:
Aqueles que nada fazem para mudar o Mundo.
Só cruzam os braços e manipulam os inocentes
Enquanto disseminam oportunismos iracundos.

Sou a Voz oposta às Bruxas do Coronelismo.
E sou a Voz que celebra o valor da Tradição.
Também sou a Voz contrária ao analfabetismo;
Contra aqueles que dificultam a transformação.

Eu sou a Voz que glorifica a vida comunitária;
E a Voz que sustenta os pilares da Democracia.
Eu sou a Voz que quer uma Cidade Humanitária
E a Voz das ruas e praças triunfando noite e dia.

Eu sou a Voz rouca e silenciosa do Zé Ninguém
E a Voz contra a injustiça e a omissão coletiva.
Eu sou voz que luta contra o Mal a favor do Bem.
É essa a força que me torna feliz com Voz Ativa.

Essa é a Voz contra os aprendizes de ditadores!
Essa é a Voz que sempre usarei enquanto viver.
Viva a Liberdade de Expressão contra censores!
Essa é a Voz do Povo contra os Donos do Poder!



Unidos por um Formoso Diferente!

(Manifesto de Consciência Ética e Cívica, dirigido a quem é candidato a Prefeito de Formoso nos próximos 50 anos de nossa Emancipação Política uma vez que em 2013 nossa Cidade comemorará meio século de autonomia jurídico-institucional e administrativa).
Xiko Mendes


Unidos por um Formoso Diferente,
Construiremos uma Nova Cidadania
Dando Poder ao Povo Formosense
Para ele sentir o que é a Democracia.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos revolucionar nossa Cidade!
Você é que vai decidir com a Gente
Os sonhos de um povo em Liberdade.

Unidos por um Formoso Diferente,
Queremos um governo que inspira
Confiança, firmeza... e é persistente
Na luta da Verdade contra a Mentira.

Unidos por um Formoso Diferente,
O Povo participará do Orçamento.
Ouviremos seu palpite proponente
Sobre onde faremos investimento.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos transformar a Educação!
Propomos um Governo Transparente
Que preste contas com a Fiscalização.

Unidos por um Formoso Diferente,
Priorizaremos obras de Infraestrutura.
Vamos educar nossa equipe assistente
A administrar Formoso sem falcatrua.

Unidos por um Formoso Diferente,
Seremos intolerantes com corrupção.
O povo será nosso fiscal permanente
Denunciando aquele que for ladrão.

Unidos por um Formoso Diferente,
Formoso será Minas e também Gerais.
Valorizaremos a Cultura dessa Gente
Que vive perto da Bahia e de Goiás.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos combater o analfabetismo.
As escolas vão eleger os dirigentes.
Prefeitura não terá puxa-saquismo.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos governar com quem é capaz,
Não trabalhando com incompetentes
Só porque aparentam ser amigos leais.

Unidos por um Formoso Diferente,
Precisamos ser fieis à nossa história.
Quem não for honesto e competente
Será investigado e colocado pra fora.

Unidos por um Formoso Diferente,
Não aceitaremos “jeitinho brasileiro”.
É preciso trabalhar pelo povo sempre
Sem que os fins justifiquem os meios.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos juntos fazer com que mude
O governo com a presença de gente
Fiscalizando e melhorando a Saúde.

Unidos por um Formoso Diferente,
Nós iremos melhorar as estradas.
Teremos um maquinário eficiente
E a malha viária ficará conservada.

Unidos por um Formoso Diferente,
Nosso Município será uma beleza
Conservando nosso meio ambiente
E valorizando nossa mãe Natureza.

Unidos por um Formoso Diferente,
Nosso governo é para o trabalhador.
Não vamos discriminar os oponentes.
E vamos valorizar quem é agricultor.

Unidos por um Formoso Diferente,
Exaltaremos os sentimentos nobres;
E o maior deles e o mais premente
É dar assistência social aos Pobres.

Unidos por um Formoso Diferente,
Negamos o Velho Assistencialismo.
E queremos o Pobre é independente
Desses que praticam o Coronelismo.

Unidos por um Formoso Diferente,
Na zona rural toda pessoa humana
Será tratada como prioridade urgente
Igual aos que vivem na zona urbana.

Unidos por um Formoso Diferente,
Nosso governo terá regra isonômica:
Todo cidadão será tratado dignamente;
Não interessa sua posição econômica.

Unidos por um Formoso Diferente,
Nós queremos de quem faz oposição
Que fiscalize bem o governo da Gente
E ninguém compre votos na eleição.

Unidos por um Formoso Diferente,
Vamos governar de forma poética,
Sensibilizado pelo amor a essa Gente
Que quer políticos sérios e com Ética.

Unidos por um Formoso Diferente,
É hora de um Projeto de Feliz-cidade
Que tenha sempre eleitor consciente
Votando para o bem da nossa Cidade!

Transformar Formoso!

(Manifesto de lançamento do jornal PORTAL DA TRANSPARÊNCIA FORMOSENSE).

Xiko Mendes

MOBILIZAR O POVO...
É torná-lo CONSCIENTE!
Transformar Formoso
É deixá-lo DIFERENTE!
Vamos construir um projeto novo
Em benefício da nossa Gente?

MOBILIZAR O POVO...
É fazê-lo andar pra frente!
Transformar Formoso
Com ÉTICA e DIFERENTE
Exige um PROJETO NOVO,
Democrático e INTELIGENTE!

MOBILIZAR O POVO...
É ter Governo Transparente!
É hora de repensar Formoso
Com lideranças eficientes!
Queremos um Projeto Novo!
Isso é bom pra nossa Gente!

MOBILIZAR O POVO...
Será uma missão permanente!
Transformar Formoso
É nosso compromisso sempre!
Queremos União e apoio de todos
Por um FORMOSO DIFERENTE!






Quando Aqui Era Sertão

Xiko Mendes

Quando aqui era Sertão
Tudo era bem mais bonito.
O Povo lutava com união.
Harmonia era nosso ritmo.

Quando aqui era Sertão
Tudo de novo era insólito.
Era uma vida sem solidão.
Meu mundo era bucólico.

Quando aqui era Sertão,
Vivíamos em Liberdade.
Não tinha político ladrão
Atrasando nossa Cidade.

Quando aqui era Sertão,
Quem não dizia a Verdade
Não era votado na eleição,
Mas hoje governa a cidade.

Quando aqui era Sertão,
Perder não dava chacota.
Agora compram eleição
E manipulam quem vota.

Quando aqui era Sertão
Eu andava nas chapadas.
Agora com a devastação
Só caminho nas calçadas.

Quando aqui era Sertão
Todo mundo era amigo.
Mas hoje na população
Já existe muito bandido.

Quando aqui era Sertão
E essa Cidade um paraíso,
Esse Povo tinha Tradição
E dela falava com sorriso.

Quando aqui era Sertão,
Era viva a Cultura caipira.
Mas hoje é pura badalação.
É o showmício da mentira!

Quando aqui era Sertão
Nossa gente tinha História.
Hoje é vítima da alienação
Que destrói nossa memória.

Quando aqui era Sertão
A nossa vida era natural.
Não melhorou a Educação;
E deixamos de ser original.

Quando aqui era Sertão
Nosso espírito gregário
Nos colocava em ação
De modo mais solidário.

Quando aqui era Sertão,
Eu decidi me apaixonar
E gravei nesse coração
Meu amor por esse lugar.

Quando aqui era Sertão,
Era idílico viver na Cidade.
Mas hoje eu sou um ermitão
Em busca dessa feliz Cidade.

Quando aqui era Sertão,
Era lindo o fim da tarde.
E hoje a Janela da Ilusão
Só destrói minha Saudade.

Casa de Seu Vande

Xiko Mendes

Solitária e indefesa, ela resiste à demolição.
E parece suspensa no ar da Nossa Cidade.
Destroem telhado, mas ela não vai ao chão:
E se mantém firme contra tamanha maldade.

Em seu silêncio, ela evoca a nossa História,
Pois a Velha Casa é monumento importante.
Dentro dela uma lacuna de tempo e memória
Insiste em lembrar que ali viveu Seu Vande.

A Velha Casa, com a sua fachada colonial,
É lugar onde morou nosso primeiro prefeito.
E por muitas décadas foi um cartão postal
Que, de tão belo, ninguém colocava defeito.

Mas a Velha Casa de arquitetura imponente
Que, antes, já viveu seus Tempos de Glória,
Hoje “morre”, agonizante, e essa nossa Gente
Nada faz para preservar sua própria História.

Nessa Terra de homens que exercem Poder
Só para que eles próprios se tornem felizes,
A Cultura, a História..., eles querem esquecer
Para que se acredite apenas no que eles dizem.

E eles falam que são os novos donos da cidade.
E pedem para que você não olhe pro retrovisor.
Assim, nosso Passado de luta com dificuldades,
Morre. E somos substituídos pelo colonizador.

E aquele resto dessa Velha Casa tão importante
Simboliza a nossa covardia frente à demolição.
E nossa Proto-história dá lugar à do imigrante,
Que conquista espaço gravando sua saga no chão.

ESTATUTO CÍVICO DO POVO FORMOSENSE

Xiko Mendes

ARTIGO 1º: Todo FORMOSENSE tem pleno direito de contemplar as estrelas sem ser incomodado pelos anjos rebeldes do apocalipse.
ARTIGO 2º: Todo FORMOSENSE tem direito de erguer seu castelo de sonhos no lugar mais alto do Município com a convicção de que seu Imaginário Utópico é maior que o próprio Universo.
ARTIGO 3º: Todo FORMOSENSE merece ter governo, ética e ecologicamente correto, que garanta às gerações presentes e futuras um ambiente vivo e aprazível.
ARTIGO 4º: Todo FORMOSENSE é livre para bater na porta de seus governantes (prefeito e vereador) e dizer-lhes que merecem uma cuspida na cara sempre que deixarem de cumprir o que prometem em palanque ou comprar voto de alguém.
ARTIGO 5º: Todo FORMOSENSE deve usufruir da liberdade de pensar sobre o inútil, mentir debaixo dos jatobás centenários em primeiro de abril contando histórias inventadas pelos querubins do além, e dizer ao Mundo que é a pessoa mais feliz da Terra.
Parágrafo Único: Todo FORMOSENSE da gema se regozija batendo no peito para dizer em todo lugar por onde passa que é de Formoso de Minas – o melhor lugar de todas as galáxias.
ARTIGO 6º: Todo FORMOSENSE que mudou de seu Município tem a obrigação de voltar à cidade em anos bissextos para recordar-se de que o homem cortou o tempo no calendário para que se tenha sempre um recomeço.
ARTIGO 7º: Todo FORMOSENSE que se preze como amoroso à terra tem que visitar pelo menos duas vezes na vida o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, a Festa de Julho e a Festa de Santo Antônio em Goiaminas, e subir com pés descalços o Morro do Barreiro e as serras do Piratinga e do São Domingos para deslumbrar-se com as variadas e infinitas potencialidades do Município.
ARTIGO 8º: Todo FORMOSENSE cuja alma telúrica é contaminada pela MINEIRIDADE dos grandes homens como Tiradentes, Santos Dumont, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, deve indignar-se contra a censura, colocar-se em defesa da democracia e invocar a Saudade dos Antepassados com a certeza de que a caminhada para o Futuro depende do compromisso em preservar o passado transformando a realidade presente.
ARTIGO 9º: Todo FORMOSENSE deve passar no mínimo um dia em silêncio meditando sobre o que fomos, quem somos e o que cada um deve fazer para melhorar o que seremos na Posteridade enquanto povo que celebra a grandeza de Minas.
ARTIGO 10: Os casos omissos ou não previstos neste Estatuto serão resolvidos pelo Fórum Internacional de Defesa da Formosinidade cujo endereço é Rua Esperança, número 1963, Edifício Primeiro de Março, bairro Paraíso, cidade de Formoso.
ARTIGO 11: Este Estatuto entra em vigor na data de sua afixação no coração de cada FORMOSENSE.
ARTIGO 12: Revogam-se as Disposições em Contrário com o compromisso de que cada FORMOSENSE com espírito patriótico levará consigo uma cópia deste Estatuto para o túmulo como prova documental a ser apresentada no Juízo Final onde os anjos advogarão junto a Deus o último direito de um FORMOSENSE: o de que sua alma pintará nos céus a palavra FORMOSO, e assim descansará em paz no último dia do décimo segundo mês do ano.

















Um Formosense Diferente voa sobre o Morro do Barreiro

“Penso, logo existo” (René Descartes, filósofo francês, século XVII).

Xiko Mendes

Voa Pensamento!
Voe sobre o Morro do Barreiro:
Vá em busca de nossa Feliz Cidade!
Faça esse Povo ter o sentimento
De devolver à consciência coletiva
O sentido patriótico da Liberdade.
Voa Pensamento!
Voe entre os céus dessa Cidade:
Faça essa Gente acordar, protestar,
Indignar-se contra os poderosos,
Contra os corruptos e mentirosos!
Voa Pensamento!
Viaje em busca da Verdade!
Voe sobre o Morro do Barreiro,
Pois é daqui que eu enxergo o Mundo.
E é aqui onde me sinto um guerreiro
Na luta contra as mazelas de minha Cidade.
Em cima desse Morro vejo o Universo,
A Trijunção e as Veredas Gerais;
Escrevo, choro, luto, faço versos!
Vejo a morte de nossas paisagens;
Grito, amo, lamento, sonho e contesto!
Voa Pensamento e desça Morro abaixo!
MUDE TUDO DE NOVO!!!
Faça cada cidadão não vender seu voto,
Não sujeitar-se aos favorzinhos políticos,
Não contentar-se com o já feito,
Mas exigir com Espírito Crítico
De quem é representante eleito
Que se faça mais para o nosso Povo!
Voa Pensamento!
Voe sobre o Morro do Barreiro!
Deixe o Povo livre para decidir
Quem melhor representa o interesse público,
Quem melhor realiza nossos sonhos sem iludir
As pobres vítimas de demagogos estúpidos.
Voa Pensamento sobre o Morro do Barreiro!
Voe entre céus de liberdade
Para o nosso Povo reencontrar o caminho
De construção da nossa Felicidade!
Voa! Voa Pensamento Escoteiro
Nessa jornada onírica contra instintos iracundos,
Mas não leve o meu sentimento
De enxergar o Mundo
Lá em cima do Barreiro!
Voa Pensamento! Voa!
E traga lá do Morro
Soluções Urgentes!
Ouça esse meu grito de socorro:
Eu quero em FORMOSO
Uma Nova Geração de Formosenses Diferentes!





Cavaleiro das Veredas GERAIS

Xiko Mendes

Sou um cavaleiro desse grande sertão
E vivo contemplando a sua beleza,
Lutando sempre por sua preservação
Para que não morram essas veredas.

Sou um cavaleiro sem armas na mão.
Minhas armas são o verso e a prosa.
Quero preservar esse pedaço de chão
Que tanto seduziu Guimarães Rosa.

Dizem que sou um grande sonhador.
E sou mesmo um cavaleiro visionário.
Luto e lutarei sem trégua e a favor
Desse meu velho sertão extraordinário.

Sou um cavaleiro com um pé na estrada
E outro no futuro do nosso sofrido povo.
Indignado com a destruição das chapadas,
Faço aqui agora meu pedido de socorro:

Não deixem que essas Veredas Gerais
Desapareçam desse meu Grande Sertão;
Que se unam essas Minas, Bahia e Goiás
Em defesa do nosso Marco Trijunção!








Meus heróis morreram: Precisa-se de um Líder!
Xiko Mendes
(Homenagem ao Seu Abdias M. Ornelas e Dona Ana Pereira de Sousa).

Uma cidade sem líder
É como uma águia sem asa:
Ela deixa de voar alto,
Perde a visão do todo
E torna-se prisioneira da sombra
De seus governantes míopes.
Em minha cidade, pequena e bucólica,
Morreram meus velhos líderes.
Ou porque repousam no além-túmulo
Ou porque as urnas se fecharam para eles.
Morreu aquele que primeiro
Pensou em Saúde Pública,
Cuidou dos doentes sem cobrar nada,
E era como um médico sem diploma.
Morreu o primeiro prefeito:
Ele que fez as primeiras estradas e
Foi o mais honesto de todos;
Antes de encerrar o mandato,
Vendeu parte de seu patrimônio
E quitou “Restos a Pagar”
Para não deixar dívidas ao seu sucessor.
Morreu aquele que mais construiu escolas.
Morreu aquele que primeiro trouxe
Energia, água potável e asfalto.
Morreu também quem acabou com o
Sistema de candidato único para prefeito,
Pois a partir dele o povo perdeu o medo de votar,
Conquistou o direito de ir e vir, e falar;
E a cidade ganhou alternância de poder.
Morreu aquele que era exemplo de pai:
Foi o primeiro, em minha cidade,
Cujos filhos tiveram curso superior.
Morreram as duas mulheres
Que a vida inteira
Lutaram por mais escolas,
Cuidaram da igreja e dos pobres.
Morreram Bela, Joana Cabra, Ricardo,
Joaquim Bozeira, Tigrão, Dedê...
(Todos eram meus heróis anônimos)
E tantas outras figuras invisíveis
Nesse mundo de gente que pouco enxerga.
Acabou o tempo dos políticos por vocação:
Não há mais políticos sonhadores!
Não há mais políticos visionários!
PRECISA-SE DE UM LÍDER!
Precisa-se de alguém que,
Antes de tudo, não minta para o povo.
Não compre voto nem faça promessas vãs!
Se tratar com quem quer que seja, cumpra-se!
Se disser SIM, seja sincero e resolva o problema.
Se disser NÃO, seja firme e diplomático.
Precisa-se de um líder
Que tenha projetos para os Pobres,
Mas não os vejam só como donos de voto.
Precisa-se de um líder
Que faça reforma urbana ou agrária,
Mas transforme assentamentos e
Periferias da cidade,
Em lugares dignos e não em favelas.
Precisa-se de um líder
Que cuide da vida em sua plenitude:
Seja um governante de homens,
Mas que antes de qualquer coisa,
Veja a Natureza como parte de
Tudo que faça em seu governo.
Precisa-se de um líder que
Não eleja tudo como prioridade,
Mas que a primeira prioridade
Seja a Educação de seu Povo.
Precisa-se de líderes que
Planejem o futuro do Mundo
E veja sua cidade como parte dele.
Meus heróis morreram.
Precisa-se de um líder em minha cidade:
QUEM SE CANDIDATA?

NASCI FORMOSENSE!

Xiko Mendes
(Homenagem prosopoética ao Aniversário de Formoso, em 1º de Março).


NASCI FORMOSENSE...
Com sangue baiano-mineiro
Como a maioria daqueles fecundados neste solo:
Bebendo leite tirado, na hora, do peito da vaca;
Comendo beiju e degustando o xiriri e,
Depois, tomando água do Carinhanha ou
Desses tantos rios afluentes do Urucuia, que estão
Morrendo aos poucos, envenenados com agrotóxicos;
E ressecados por causa do assoreamento
Proveniente de entulho e terra das fazendas.
Esses rios são algumas de tantas outras vítimas silenciosas da
Omissão política daqueles que deviam se
Sensibilizar com a morte trágica das
Nossas veredas e chapadas que embeleza(va)m
Cenários bucólicos nos vales desse Urucuia legendário.
O URUCUIA que encanta homens e magos da poesia
E das sagas do sertão como Guimarães Rosa.
Mas não encanta certos políticos mesquinhos
Só preocupados em fazer obras improvisadas
Ou inacabadas e em comprar votos em troca de
Assistencialismo imediatista ou dinheiro vivo.
São pessoas desprovidas de sentimento pelo belo,
Pela NATUREZA VIVA EM PERMANENTE RENASCER
E por tudo o que há de simples, porém, esplendoroso
Ao alcance dos nossos olhos nos quatro cantos
Desse PEDAÇO PERDIDO DE MINAS
Onde a SAUDADE é parteira do Sonho, e
Onde pulsa a MINEIRIDADE geralista nordestinamente
Goianizada pelo nosso Povo.
NASCI FORMOSENSE...
Um pouco depois de Formoso virar cidade, em 1963.
Fui menino livre na beira da grota do Barreiro
(hoje poluída pelo Lixão, que mata sua nascente).
Ali joguei bola em campos de futebol amador;
Dei toque mágico em FRUTOS DO CERRADO
(como o jatobá) transformando-os em vacas, bois, cavalos...
Brinquei de caminhão feito de buriti;
Andei descalço nas pedras de córregos sem poluição.
Dormi em camas de vara com ou sem colchão de capim.
Contemplei as PAISAGENS VERDES que ainda
Existiam antes da nossa cidade caminhar em direção
Ao Morro do Barreiro sem que os políticos
Aprovem um Plano Diretor Local que
Garanta a SUSTENTABILIDADE DE FORMOSO
(Nos próximos cinquenta anos)
Com base no Estatuto da Cidade.
NASCI FORMOSENSE...
De alma inquieta contrária à unanimidade dos medalhões
Encastelados em palácios ou casas de luxo.
Certos políticos me acusam de ser
Um inconformado com governos medíocres.
É verdade que não consigo ser aliado
Por muito tempo de políticos cujo cérebro
Não pensa além da própria sombra do míope que o carrega.
Em minha vida, eu sempre QUERO MAIS E MELHOR pra Formoso.
Vi Formoso aos dez, aos vinte, aos trinta, aos quarenta
E agora caminhando aos CINQUENTA ANOS
COMO CIDADE DE MINAS
Ignorada até recentemente pelos mapas do IBGE
E pelos Políticos Caçadores de Voto no Interior.
Essa é a razão de minha luta:
Não querer que o progresso em Formoso
Continue chegando em casco de tartaruga!
NASCI FORMOSENSE...
Aprendendo com meus pais ex-vaqueiros que
Não devia cruzar os braços e esperar o progresso chegar
Porque “Filho de Pobre não tem tempo a perder”.
Era (e é) necessário lutar pelo progresso, Formosenses!!
Ainda vivi o Formoso dos carros-de-boi
Fazendo buraco nas poucas ruas sem asfalto.
Ainda vivi infância em Formoso sem TV e sem telefone.
Ainda vivi o Formoso das inesquecíveis
FESTAS DO IMPERADOR DO DIVINO, da
Malhação do Judas em cima do jegue de Maroto...
O Formoso das lendas e das
Histórias épico-pitorescas relatadas por
Contadores de causos sentados na rede do alpendre,
Pitando um cachimbão ou um cigarro de palha
Com fumo de rolo plantado no fundo dos
Velhos currais quando a PECUÁRIA do gado pé duro
Era mais importante que o AGRONEGÓCIO.
Ainda vi Formoso amarrando cavalos de tropeiros
E cavaleiros nos pés de jatobás centenários
E nas mangueiras da pensão de Dona Ana.
Ainda vivi, já no fim, o Formoso das grandes boiadas
Que saíam do Município para virar quitute e salsicha
Nas grandes metrópoles.
Ainda viajei nas histórias de bravos viandantes
Guiando tropas para Januária em busca de
Mercadorias trazidas pelos vapores do rio São Francisco
Em troca de pena d’ema, látex de mangaba e peles de animais
Antes de Brasília existir.
Ainda vivi um Formoso que
Até 1979 TINHA MENOS DE DEZ RUAS:
A cidade estava espremida entre as
Ruas Felipe Tavares e Castelo Branco,
E entre a grota Barroca (hoje morta) e o Cemitério
(hoje superlotado).
NASCI FORMOSENSE...
Para ser Simples,
Humilde,
Humano,
Desprendido e
Hospitaleiro como todo MINEIRINHO do Sertão interior.
NASCI FORMOSENSE...
Para LUTAR desde sempre e eternamente
POR UM FORMOSO JUSTO, democrático, igualitário, fraterno...
E onde o FUTURO seja um sonho REALIZÁVEL
E BOM PARA TODOS: Homem e Natureza.




MANIFESTO para uma Nova Geração de FORMOSENSES DIFERENTES

Xiko Mendes

Formoso quer…
Que você não perca a Memória!
Formoso quer...
Que todos releiam nossa História!

Formoso quer...
Preservar sua IDENTIDADE!
Formoso quer...
Construir sua Feliz-CIDADE!

Formoso quer...
Ser um pouco Minas, Bahia, Goiás...!
Formoso quer...
Ser o Marco Trijunção desses Gerais!

Formoso quer...
O prazer de ter LUTADO!
Formoso quer...
Crescimento urbano planejado!

Formoso quer...
Cidade limpa, sem erosão!
Formoso quer...
Um município sem LIXÃO!

Formoso quer...
Mais NATUREZA e bem-estar!
Formoso quer...
SER LIVRE PARA VOTAR!

Formoso quer...
Mais Saúde e Educação!
Formoso quer...
Mais Esporte, Turismo, Diversão!

Formoso quer...
Valorizar o seu talento!
Formoso quer...
Mais Cultura, conhecimento!

Formoso quer...
Político ético e inteligente!
Formoso quer…
Um GOVERNO TRANSPARENTE!

Formoso quer...
Eleitores com VISÃO CRÍTICA!
Formoso quer...
O fim da CORRUPÇÃO na Política!

Formoso quer...
Modernizar a agropecuária!
Formoso quer...
Também outra Reforma Agrária!

Formoso quer...
Desenvolvimento sustentável!
Formoso quer...
Mais político responsável!

Formoso quer...
Preservar as suas nascentes!
Formoso quer...
Indústrias não poluentes!

Formoso quer...
Uma outra assistência social!
Formoso quer...
Que o pobre tenha seu lugar ao Sol!

Formoso quer...
Menos impostos e mais polícia!
Formoso quer...
Mais emprego e mais justiça!

Formoso quer...
Mais estrada, menos buraco!
Formoso quer...
Mais ruas com asfalto!

Formoso quer...
Asfalto pra Bahia!
Formoso quer...
Asfalto pro Sítio d’Abadia!

Formoso quer...
Estrada asfaltada até Unaí!
Formoso quer...
Mais empresa pra progredir!

Formoso quer...
Não depender mais de Buritis!
Formoso quer...
Que o progresso chegue aqui!

Formoso quer...
Deixar de ser uma ilha!
Formoso quer...
Depender menos de Brasília!

Formoso quer...
Um novo modelo de Gestão Pública!
Formoso quer...
Na CERTEZA manter a DÚVIDA!

Formoso quer...
Um PROJETO NOVO DE CIDADE!
Formoso quer...
Políticos que só falem a VERDADE!

Formoso quer...
Menos discurso e mais ação!
Formoso quer...
Eleitor consciente como cidadão!

Formoso quer...
Ficar de maior e independente!
Formoso quer...
Um POVO CONSCIENTE!

Formoso quer...
Votar em pessoa DIFERENTE!
Formoso quer...
Novos Líderes pra sua GENTE!

Formoso quer...
Tudo isso um dia REALIZAR!
Formoso quer...
O DIREITO DE SE TRANSFORMAR!

FORMOSO QUER...
NOVAS ATITUDES para se REEDUCAR!
FORMOSO QUER...
TER O DIREITO DE SONHAR!!!

Formoso quer...
Uma Nova Geração de Formosenses!
Formoso quer...
Ser um FORMOSO DIFERENTE!!!
















MINEIRIDADE FORMOSENSE

Xiko Mendes

Para ser Amigo de Minas necessita-se primeiro incorporar o Instinto da Mineiridade. E a MINEIRIDADE é o suspiro ético e cívico-poético da consciência nacional, é a BRASILIDADE em sua essência épica depois de depurada de seus defeitos imperdoáveis, é ao mesmo tempo o néctar e a salmoura jogados sobre essa terra brasílica “cheia de encantos mil”. Mineiridade é o espírito da nacionalidade pairando sobre os destinos da pátria e fecundando os melhores projetos para o seu futuro. A MINEIRIDADE é símbolo de democracia e liberdade porque liberdade – já o disse Tancredo Neves – é o OUTRO NOME DE MINAS. Mineiridade é despir-se do orgulho para ser simples sem ser simplório.
Minas é forte e altaneira como as pedras de suas montanhas, mas Minas é conciliadora, ponderada e suave como o vento soprando sobre a vastidão das campinas e dos campos gerais mineiros. Mineiridade é falar de Tiradentes, Juscelino Kubitschek, Santos Dumont, Vital Brazil, Carlos Chagas, Tancredo, Drummond...; mas Mineiridade também é falar do homem matuto do Sertão das Gerais, o sertanejo roseano tão bem retratado e imortalizado em autores como Afonso Arinos ou por Guimarães Rosa em seu clássico romance “Grande Sertão: Veredas”.
Minas são várias – disse certa vez o mago do sertão, Guimarães Rosa. É a Minas das Alterosas, do ouro e do diamante, mas também é a Minas conhecida como GERAIS que nasceu da ocupação da terra pelo gado pé duro, e do encontro entre filhos de mineradores, bandeirantes, negros fugitivos das lavras auríferas e mamelucos, que nasciam do parto violento entre brancos e índios no interior do Brasil Central.
Para Guimarães Rosa:
“Mineiro não crê demasiado na ação objetiva. Mas com isso não se anula. Só que Mineiro não se move de graça. Ele permanece e conserva. Ele espia, escuta, indaga, protela ou palia, se sopita, tolera, remancheia, perregueia, sorri, escapole, se retarda, faz véspera, tempera, cala a boca, matuta, desterce, engambela, pauteia, se prepara. Mas sendo a vez, sendo a hora, Minas entende, atende, toma tento, avança, PELEJA E FAZ”.
Se há uma variedade entre diferentes Minas, não há uma variedade entre biotipos mineiros. As várias Minas se fundem num sentimento único a que chamamos de MINEIRIDADE, esse sentimento integrador e unitário, que professa o amor pleno ao Brasil acima de tudo, mas devota também uma paixão desbragada às coisas de Minas, fundindo a Minas Montanhosa com a Minas Geralista onde está localizado esse Formoso, terra de que ninguém jamais deixará um dia de visitá-la ou fixar-se nela para sempre.
A MINEIRIDADE FORMOSENSE nasceu dessa indefinição do que seríamos ao longo da história. Formoso pertenceu aos índios caiapós e a Pernambuco na origem da formação de seu território no período colonial. Formoso pertenceu e pertence até hoje à Bahia e a Goiás, não por vínculos jurídico-geográficos, mas porque localiza-se no Marco Trijunção onde mineiros, goianos e baianos se juntam, se confraternizam e compartilham laços familiares e socioculturais comuns.
O FORMOSENSE da gema tem em sua alma o espírito da mineiridade “baianizada” e “goianizada” que hoje se funde com uma “NOVA MINEIRIDADE”, essa MINEIRIDADE FORMOSENSE, resultado do encontro entre esse formosense típico e o formosense imigrante ou os filhos deles já nascidos em Formoso.










O que quero para Formoso até 2063

Xiko Mendes
(Homenagem ao Centenário da Cidade de Formoso a ser comemorado no final do século XXI).

Quero um Formoso diferente desse que é
Projetado por certos políticos de visão curta;
E são fazedores de obras eleitoreiras e imediatistas
Porque seus projetos têm data de vencimento.
Eles não investem em projetos de longo prazo:
Educação, Saúde Preventiva, Meio Ambiente,
Trânsito inteligente, inclusão digital para os jovens,
Valorização do idoso, da criança e do deficiente.
Eles não nos vêem como Povo, mas
Como o Zé Ninguém cujo voto é comprado
Em cada eleição em troca de migalhas
Como se fóssemos pedintes de carteirinha.
O homem pobre, anônimo, cheio de filhos,
Só é visto em duas ocasiões: o dia em que
A URNA se abre e se fecha, ou seja,
O dia da eleição e o dia da própria morte.
Quero um Formoso onde o cidadão vota livre e diz:
“Vote por um Formoso que sonho para meus filhos”.
Quero esse Formoso dos sonhadores, contrários
Àqueles que só pensam na próxima eleição;
E, se assim fazem, é porque confiam na
Impunidade dos corruptos neste país sem vergonha,
E no silêncio do próprio povo.
Quero um Formoso que valorize o ar puro
Soprado pelos ventos vindos das VEREDAS GERAIS
Ecoando acima do Morro do Barreiro
Como se fosse uma grande tempestade
Varrendo Piratinga e São Domingos abaixo
Esses políticos sem projetos para o futuro.
Quero um Formoso em que
O POVO saiba em praça pública
Quanto prefeitura e câmara municipal
Recebem e gastam mensalmente.
Quero um Formoso que não deixe
Ninguém morrer por falta de socorro médico
Ou de hospital sem equipamentos mínimos.
Quero um Formoso que valorize a vida;
Valorize nossa gente, sua história e sua cultura.
Quero um Formoso que estimule a
Participação política do Povo nas ações do governo;
Quero um Formoso que preserve as águas,
As paisagens naturais, a terra onde nascemos
E dela extraímos nosso sustento.
Quero um Formoso que ame a poesia
E o som da palavra em prosa.
Quero um Formoso diferente que ora
Caminha rápido como notícia na internet,
Mas também trilha em silêncio e lentamente
Como o vôo de um pássaro
Aspirando, devagar, o gosto da liberdade.
Quero um Formoso com a prudência dos sábios,
Com a perspicácia da coruja,
A paciência da lesma e a fantasia das crianças.
Quero um Formoso DIFERENTE!
Transparente!
De pessoas sensíveis, inteligentes!
Amáveis umas com as outras.
















Em busca de um lugar: Formoso!

Xiko Mendes

Busco dentro de mim...
Um lugar cuja imagem é
Aquela que eternizei em minha infância:
Uma casa perdida no sertão interior,
Feita de pau-a-pique com um pomar ao fundo,
E todos dormindo em cama de vara.
Busco dentro de mim...
Um lugar que se congelou no retrato da parede:
Uma cidade onde todos eram parentes ou amigos,
A maioria vivia “catirando” bezerro na esquina,
Tropeiros circulavam na Rua do Comércio,
Mulheres cantarolavam lavando roupa na Barroca,
Meninas lindas pousavam corpos nas pedras das Lajes,
Cavaleiros andantes pela Avenida Castelo Branco,
Carros-de-boi iam e voltavam com sua cantilena inesquecível...
Em um tempo onde homem e natureza viviam em harmonia.
Busco dentro de mim...
O cheiro de terra molhada e de curral cheio de gado
No meio dessas chapadas de Cerrado
Hoje engolido por máquinas agrícolas.
Busco dentro de mim...
Seu Maroto e o jeguinho desfilando em noites de aleluia,
Sanu Cebo com seus versos satíricos,
O povo correndo, surpreso, para ver avião no campo de pouso.
Busco dentro de mim...
A nascente da Grota Barroca que hoje foi assassinada
Por políticos insensíveis às dores da fauna e flora.
Busco dentro de mim...
Minha Grota Barreiro que morre intoxicada pelo lixão,
E o saci-pererê que hoje não espanta mais ninguém.
Busco dentro de mim...
Dona Ana com suas aulas magistrais e
Seu Florípio vestido de terno e gravata em pleno calor de verão.
Busco dentro de mim...
As memoráveis Festas do Divino com aquela multidão imensa
Em passeata pelas ruelas para a coroação do novo imperador.
Busco dentro de mim...
Aquela Festa à Nossa Senhora d’Abadia,
Que morreu na passagem dos anos 80,
E virou “Festa de Julho” com batucadas alienantes.
Busco dentro de mim...
Um lugar FORMOSO,
Que agoniza em meu silêncio perpétuo,
Emudece na omissão cúmplice dos governantes,
Evapora-se com o crescimento da cidadezinha,
E some junto com o vento que sopra, suave,
Em cima daqueles jatobás velhos da Praça Felipe Tavares
Onde essa “história bicentenária” começou.
Busco dentro de mim...
Um lugar FORMOSO que imortalizou-se como belo
Dentro da minha idílica existência
Cujas lembranças estão sendo sequestradas
Em cada canto desse município que decreta a morte das horas
Em noites que se tornam inseguras,
E em dias sem significados para a vida.
Devolvam-me o lugar FORMOSO de outrora!!!

















Festa à Nossa Senhora d’Abadia: Tradição que virou só Pancadão!

Xiko Mendes

O maior evento popular de Formoso – erradamente chamado “Festa de Julho” – e que é esperado o ano inteiro pelos seus moradores e centenas de turistas, é tão antigo quanto a própria história do Município. Essa festa está ligada aos primeiros habitantes. Em 1778 a fazenda que deu origem à cidade já era ocupada por colonizadores portugueses. O culto à Santa Padroeira de Formoso é datado do início do século XIX quando Felipe Tavares dos Santos, seu fundador, doara parte de sua propriedade para ali constituir-se uma futura cidade.
Nos anos 1840 nosso núcleo urbano já existia, o que se supõe que a festa propriamente dita ou pelo menos a romaria em torno dela para pagar ex-votos, tenha começado em meados do século XIX. Em 5/10 de 1870 o Arraial do Formoso é elevado à condição de Distrito de Paracatu e, a partir daí, já há indícios evidentes desse grande evento em Formoso cuja comemoração (ou devoção) era celebrada em 15 de agosto (Dia da Santa). E não em julho como passou a ser um século depois, (década de 1970), para agradar aos interesses profanos de quem aproveita o recesso julino esbaldando-se em nossa terra.
Como não tínhamos Poder Público, os organizadores dessa festa era a própria comunidade – primeiro os Tavares, depois os Ornelas – sempre com a ajuda de voluntários de outras famílias que doavam gado e objetos de valor que, após leilão, eram transformados em patrocínio do evento. Por cinqüenta anos (1930-1980), Florípio Alves Santana e Dona Ana Pereira de Sousa lideraram os festejos abadianos reunindo uma gigantesca ROMARIA de devotos que vinham de diferentes lugares para cumprir promessa na Igreja-Matriz, realizar batizados e casamentos. A Praça da Matriz junto com as ruas do Comércio, Costa e Silva e Felipe Tavares ficavam superlotadas de gente a pé, a cavalo, de carro-de-boi, e mascates.
Tudo era novidade numa cidade onde padre, mascates, automóveis e aviões só apareciam uma vez no ano. As mangueiras de seu Florípio, os jatobás da Praça Felipe Tavares e os gigantescos cipós da Vila Capuava serviam de abrigo temporário para visitantes, cavaleiros e transeuntes perdidos na noite bucólica de um sertão cuja inocência simbolizava muito bem as raízes bicentenárias de uma cultura caipira hoje tragada pela modernidade iconoclasta.
Não se faz mais festa a Nossa Senhora d’Abadia como antigamente. Os anos 1980 contribuíram para modernizar Formoso introduzindo a lavoura mecanizada (agronegócio), consolidando o comércio varejista, melhorando os serviços públicos e a estrutura urbana com a chegada dos imigrantes, mas serviram também para destruir as TRADIÇÕES POPULARES formosenses. Em parte, com a ajuda de políticos insensíveis aos mais caros e nobres valores do Homem, que são aqueles que remetem à sua origem no tempo e espaço evocando ligações de identidade histórico-cultural entre passado e presente.
A muitos políticos não interessa valorizar a Cultura do Povo, mas transformá-lo em objeto de sua megalomania demagógico-exibicionista. Formoso cresceu, modernizou-se e virou uma “ilha” suspensa na galáxia do obscurantismo sideral sem nenhum contato com sua própria cultura. A primeira desonrada nessa mudança é a própria Nossa Senhora d’Abadia que é obrigada a antecipar sua festa (que não é mais dela) em um mês, além de não ser muitas vezes nem sequer citada nas apresentações. A Santa também é vítima do erro histórico que é datar nossa Festa-maior associando sua origem à data da Emancipação de Formoso quando – como mostramos acima – ela faz parte de toda uma tradição sesquicentenária do nosso povo. Outro desrespeito é visivelmente notado quando se contratam “artistas de som da pesada” cujos shows por uma ou duas horas a Prefeitura paga VALORES MILIONÁRIOS provocando um desfalque financeiro e imoral na Administração do Município.
A “Festa de Julho” tem lugar para tendas e trios elétricos caríssimos, mas não tem espaço para exposição de artesanato local e regional, culinária baiano-goiano-mineira, apresentações teatrais e cinematográficas, cantorios do Divino e outros, danças típicas do sertão, espetáculos circenses e de carruagem (“caminhada com carro de boi”), recital de poesia com participação de estudantes, escritores, professores e gente da comunidade, caminhada ecológica, debates, exibição de filmes, fotobiografias ou videodocumentários sobre pontos turísticos e históricos do Município, entre outras atrações. A festa não pode ser apenas para os mais jovens, mas também para os idosos, para os foliões, rezadeiras, benzedeiras, contadores de causos, crianças e para todos os que não curtem “som da pesada” com danosa descarga de decibéis. A Festa de Julho tem hoje espaço para muita coisa, que não é da nossa cultura, mas não tem espaço para os valores culturais do Povo Formosense.
É necessário, sim, que o MODERNO conviva com o Tradicional porque a marcha inelutável da História – dizia o filósofo Walter Benjamin – nos empurra como uma avalanche para o futuro. Mas nessa marcha, ou melhor, em nossas festas como a de julho, não se pode mais conviver com o nível de ignorância político-cultural na montagem dos eventos que fazem parte da “Programação Oficial” todos os anos. Sempre nos colocamos à disposição da Prefeitura de Formoso – sem nenhum custo a ela – para que se elabore um projeto técnico e o encaminhe aos órgãos públicos patrocinadores de festas pelo Brasil afora. Exige-se, porém, uma condição: que reservemos espaço para o turismo eco-histórico e para as Tradições e a história do Povo Formosense. Povo que perde sua relação sagrada com o passado – base de sua existência – é povo que afunila a consciência de sua gente no buraco negro do universo civilizatório. Chega de zoeira!! Abaixo a Poluição! A natureza agradece. Nossa Senhora d’Abadia também!


























Acorda, Formoso!

Xiko Mendes
(Homenagem antecipada aos 50 anos da Emancipação de Formoso, em 1º/3/2013).

Acorde, Formoso!
Não interrompa sua
Marcha inelutável para o futuro!
Mas não faça do progresso
Um acerto de contas injusto com seu passado.
Valorize a grandeza e bravura
De quem lutou por você!
Invoque a memória de seus bravos antepassados
Contra o vandalismo ético-cultural dos iconoclastas,
Porque uma casa velha, um documento amarelado,
Uma igreja cinzenta, uma página de jornal,
Um retrato esquecido na parede ou no armário
São pedaços de nossa História.
Acorde, Formoso!
Eleja seus melhores candidatos
Para prefeito e vereador,
Não porque fulano é o MAIS RICO
E sicrano é o MAIS CULTO.
Não venda seu voto!
Vote em quem tem vontade e garra
De lutar por nosso município.
Acorde, Formoso!
Seja intransigente contra os corruptos!
Peça o Impeachment!
Anule o mandato de quem se elege,
Cruza os braços e se corrompe no poder!
Acorde, Formoso!
Escute esse som quase imperceptível
Que sai de dentro da terra:
É o lençol freático pedindo socorro
Contra venenos e a seca iminente
Matando nossos rios, destruindo nossas árvores
E poluindo nascentes.
Acorde, Formoso!
Não deixe a vitalidade de seus jovens
Morrer na lama, viciados em drogas.
Acorde, Formoso!
É hora de fazer o parto da esperança,
Gerar emprego, EDUCAR O POVO,
Extinguir o analfabetismo,
Criar centros de apoio aos idosos,
Dizer não ao trabalho infantil,
Denunciar a pedofilia,
Abrir espaços para alcoólicos anônimos
E dependentes químicos!
Acorde, Formoso!
Reúna esse povo em praças!
Faça manifestações públicas!
Proteste, exija seus direitos!
O poder da Multidão é a
Resposta de Deus para perguntas
Sobre sonhos impossíveis.
E o amanhã começa hoje!
Acorde, Formoso!!!




















Contato com Formoso por meio de Radioamador
(Diálogo imaginário entre Vevé Santana e Geraldo Édson T. Ornelas, anos 1960/1970).

Xiko Mendes

Câmbio...
Estradas intransitáveis,
Pontes de madeira caíram!
Positivo!
Alô!
Câmbio...
Como recolher dinheiro da Coletoria?
Só se chega de avião.
Enchentes mataram dez!
Positivo!
Alô!
Câmbio...
Prefeito viajou há um mês
Em lombo de mula.
Volta não sei quando.
Positivo!
Alô!
Câmbio...
Um carro disponível pra meu retorno.
Só se for de boi.
Positivo!
Alô!
Câmbio...
Relâmpago! Trovão! Trovão!
(Cortou o sinal).
Alô! Alô! Alô!
(......................).







Formoso em 1980... (Mutações)

Xiko Mendes
(Homenagem aos 35 anos de Presença dos Imigrantes em Formoso também como evocação épica aos 30 anos de criação da COOPERTINGA).

O Tempo faz o parto da História;
Mas só o homem pode
Transformá-lo em efemérides,
Pois são as grandes mudanças que
Produzem os fatos relevantes.
E o tempo pariu Formoso
Pela segunda vez na década de 1980.
Antes éramos pecuaristas;
Mas trocamos a vaca e a roça
Pelas lavouras de chapada (agronegócio).
Antes éramos tropeiros e cavaleiros;
Mas os substituímos pelo motorista automotivo.
Antes transportávamos tudo em burro e carro de boi;
Mas os trocamos por caminhão e ônibus.
Antes tínhamos o radioamador de Geraldo Édson;
Mas inauguramos telefone em 15/10/80.
Antes éramos uma cidade que
Acabava na Avenida Castelo Branco.
Hoje a cidade escala o Morro do Barreiro.
Antes passávamos infância sem desenho animado;
Mas inauguramos televisão em 28/12/85.
Antes éramos um povo rural com poucos imigrantes;
Mas paturebas, gaúchos, mais gente do Sul e outros,
Hoje vivem entre nós na cidade e em Goiaminas.
Antes guardávamos dinheiro no embornal.
Mas o primeiro banco chegou em 15/10/80.
Antes tínhamos ainda casarões antigos,
Mas foram tombados, literalmente, no chão;
E nossa memória foi morrendo
Com as ruínas das casas de fazendeiro.
Antes tínhamos o cavaleiro estafeta,
Mas ganhamos agência de correio em 15/10/80.
Antes lama e a poeira que irritava nossos olhos.
O primeiro asfalto chegou em Formoso
Na rua do Comércio: Era 8 de abril de 1988!
Antes não tínhamos educação básica completa.
Ela chegou com ensino médio entre 86 e 88.
Antes havia candidato único para prefeito;
Nas eleições de 1982 e 88 mudamos essa história.
Antes há muito não votávamos pra Presidente,
Mas vibramos com os candidatos de 1989:
Lula, Collor, Covas, Freire, Brizola...
(E Ozanam, quando era sonhador, carregando santinho).
Antes não tínhamos nenhuma associação,
Mas as primeiras apareceram nos anos 1980.
Antes o Catolicismo reinava sozinho.
A década de 80 começou com a chegada de
Evangélicos e Espíritas.
Antes, Formoso não pensava (pensa hoje?)
Sobre Meio Ambiente, mas em 12/4/89
Foi criado o Parque Grande Sertão Veredas.
Antes o empregado trabalhava com a “Sorte”
De vaqueiro ou com a “Meia” de roceiro.
Nos anos 1980 prefeito e fazendeiros passaram a
Respeitar Direitos Trabalhistas e pagar salário.
Formoso era uma cidade clandestina.
Em 1988 ela foi registrada em cartório e em lei.
Antes, Formoso não tinha nenhuma empresa importante:
Chegaram os Fundadores da COOPERTINGA,
E ela apareceu em 10 de janeiro de 1990.
ANTES não tínhamos...
E continuamos precisando de:
Indústrias não poluentes gerando emprego,
Asfalto nas estradas e energia nas fazendas,
Transparência para combater atos de corrupção,
Saneamento básico na cidade e em Goiaminas,
Mais saúde, ética política e educação,
Mais harmonia entre Homem e Natureza,
Mais DEMOCRACIA com POVO participando,
Mais gente fiscalizando,
Mais humildade e consciência,
Mais Amor e mais Justiça!!!
Mais DECÊNCIA!!!.






Festa em Algum Lugar Perto Daqui
(Impressões de um Visitante Assustado)


Xiko Mendes
(Homenagem à Dona Esteva Rodrigues de Souza, Devota de Santos Católicos).

Festa é sempre o momento
Em que as pessoas dispensam reflexão.
Elas preferem esbaldar-se até mesmo
Para esquecer os problemas que enfrentam.
Mas eu sou mesmo esquisito: enquanto bebem,
Eu observo o que os festeiros não enxergam.
Não é para isso que fui convidado.
Visitante tem de fingir que não vê nada de errado.
Isso é parte da Etiqueta dos Políticos Medíocres que
“Patrocinam” festas no Interior de qualquer país
Como estratégia para amenizar os problemas
Que eles não resolvem em prol da comunidade.
No ano passado fui a uma dessas festas.
O evento só acabou depois de dez dias seguidos.
Nunca vi nada igual e fiquei ASSUSTADO.
Vi políticos metendo as mãos nos cofres públicos
Para distribuir dinheiro na praça na forma disfarçada
De patrocínio superfaturado para bandas musicais.
Vi assessores do Prefeito corrompendo camelôs
E achacando-os a dar-lhes dinheiro não contabilizado.
Vi turista ridicularizando a cidade por “festejar de graça”,
Embora sabendo que quem paga a conta é o Povo do lugar.
Vi ruas esburacadas, descuidadas, sem plantas, sem flores...
Enquanto todos festejavam à vontade.
Vi estradas não sinalizadas, com buracos gigantes...
Passei em cima de pontes de madeira branca
Que pareciam suspensas no espaço sideral.
Enquanto isso..., a cidade gastava milhões com uma festa.
Vi rios poluídos, assoreados, desmatamento, lixo, muito lixo,
Agrotóxicos matando a fauna, sufocando a flora.
Vi funcionários públicos barnabés recebendo pouco e
E com dois meses de atraso porque o Prefeito
Gastou o que era deles com a festa para pagar artistas.
Vi moradores locais pedindo esmola aos turistas
Porque há anos passam fome, abandonados pelo Poder Público.
Vi gente sem água encanada, sem esgoto, sem energia em casa.
Enquanto isso..., festejávamos dez noites sem pagar ingresso
Às custas desse Povo que nem sabe o que é alienação cultural.
Vi idosos agonizando, desprotegidos e sem albergue.
Vi doentes largados em corredores de postos de saúde:
Sem remédio, sem exames e sem gente para atender
Enquanto nós, visitantes, batíamos palmas para o Grande Anfitrião.
Vi centenas de analfabetos porque a Prefeitura
Diz não ter dinheiro suficiente para a Educação.
Vi estudantes chorando por andarem até cinco horas
No trajeto entre a residência e a escola
Dentro de ônibus empoeirados, sem placas, sem faróis,
Sem lugar de sentar e sem solução à vista.
Vi professores reclamando dos péssimos salários
E da merenda insípida que é servida sempre sem rodízio no cardápio.
Vi meninas prostituindo-se nas esquinas em bares clandestinos,
Não fiscalizados, mas autorizados informalmente pelo Prefeito.
Enquanto isso, a Multidão extasiava-se com os músicos cantando.
Vi dezenas, centenas, centenas de jovens DROGANDO-SE
Atrás das barracas alugadas por meio de contratos superfaturados.
Mas enquanto a festa rolava... ninguém se deu conta disso.
Alias, os políticos locais nunca se preocupam com isso.
A droga, na “filosofia” deles, é mais uma válvula de escape
Para o Povo, que os elegem, continuar cego ante seus próprios dramas.
Mas TAMBÉM VI COISAS INTERESSANTES que
Nenhum outro visitante conseguiu ver por estar envolvido só com festa.
Vi no rosto de cada morador da cidade um sentimento de revolta
Engasgado na garganta por medo de perder o emprego,
Não arrumar uma carona na estrada, uma consulta médica
Ou um favorzinho qualquer desses políticos que compram até
A alma do mais honesto dos homens, tudo para corromper o Poder.
Vi saindo da boca dos adolescentes os sonhos deles
De um dia serem cidadãos de bem, formados e empregados,
Desde que a Prefeitura começasse hoje a dar-lhes cursos
De capacitação técnica para arrumar serviço na cidade grande.
Vi homens, pobres homens, mas guerreiros e persistentes,
Lutando, sem apoio político-financeiro, para criar os filhos.
Vi mulheres prontas para fazerem uma cidade melhor.
Vi uma cidade que, depois da festa, pulsa Humanismo,
Solidariedade, Esperança, Expectativa de um dia tudo mudar.
Depois de ver os Dois Lados da mesma Cidade,
Convido os VISITANTES a fazerem o mesmo:
Conheçam a cultura, a alma do Povo, as entranhas do Poder Local...
Conheçam essa gente que passa o ano todo sofrendo, mas sonhando,
Enquanto políticos com altos salários fazem festas,
Não para celebrar a vida em comunidade,
Mas apenas para reafirmarem quem manda no lugar.
Apesar de tudo isso, VIVA A FESTA SEMPRE!!!
Que um dia essa Cidade, como um mar revolto,
Mande pro abismo quem se utiliza do Povo
E sua cultura só para tirar proveito próprio.
VIVA O POVO!! Festejem!!!
Mas não esqueçam de tudo o que esse Visitante enxergou.
Abram os olhos, Povo Hospitaleiro!!!
O Povo é sempre o dono de um Poder Invisível:
O de mudar a si mesmo, discretamente,
Enquanto os Canalhas se locupletam rindo da gente.

Epitáfio para Marindingo
(Homenagem ao Sr. José Marindingo Pereira da Silva, imigrante sulista que viveu, constituiu família e cultivou amizades eternas em Formoso – MG, e que foi homenageado postumamente pela Câmara Municipal dessa cidade, dia 6 de agosto de 2010, com o título post-mortem de Cidadão Formosense).
Xiko Mendes

Moço simples, humilde e inteligente;
Amigo leal, muito sincero e trabalhador.
Relembro-o convivendo entre a gente,
Inspirando-nos com Alegria antes da Dor.
Nossa Dor que não passa e é permanente,
Doendo fundo desde que Você nos deixou
Indo embora junto ao Deus Onipotente
Na busca espiritual da eterna Paz e do Amor.
Gostamos muito de Você, garoto sorridente!
O seu jeito alegre está imortalizado para sempre!

Epitáfio para Seu Terto, Líder Organizador de Goiaminas

(Homenagem ao Sr. Tertuliano Alves Bandeira, Pioneiro da Vila Goiaminas, em Formoso – MG, e que foi homenageado postumamente pela Câmara Municipal dessa cidade, dia 6 de agosto de 2010, com o título post-mortem de Cidadão Formosense).
Xiko Mendes

Tua VOZ ficará ecoando para todo o sempre
Entre os morros do Distrito de Goiaminas,
Ressoando teu espírito de luta permanente,
Tua Alma patriótica enviando-nos lá de cima
Uma Luz que orienta o progresso de tua Gente.
Lá está ele – esse Homem Público cuja sina
Instigou-nos à batalha como Líder persistente
Amando esse Povo como estrela que ilumina
Nosso Caminho, a nossa Vida, a nossa Mente...;
Orgulhamo-nos de eternizá-lo em Goiaminas!!!












Um Epitáfio para BRAIZINHO
(“Meu Patrono” da História da Cidade de São Francisco-MG).

Xiko Mendes
(Da Academia de Letras do Noroeste de Minas onde ocupa a cadeira cujo patrono é o escritor Brasiliano Braz).

Braizinho de instinto brasílico-barranqueiro,
Recriou toda a História de São Francisco;
Aqui jaz, imortal, esse ilustre brasileiro,
Sábio que se destacou como Líder Político,
Intelectual e pessoa simples o tempo inteiro.
Lamentamos sua partida desse Município,
Invocando, às Musas, um pedido derradeiro:
A elas pedimos agora que seja inscrito
No Olimpo o nome desse Velho Mensageiro,
O Argonauta-homérico de sonhos infinitos,
Brasiliano que cultuou as Letras e os Ritos.
Relembramos aqui esse Mestre Mineiro
A quem imortalizamos como um Mito,
Zelando por sua Memória de Barranqueiro.






Um Epitáfio para qualquer um de nós

Já é o dia de partir.
O relógio já marcou
A hora de seguir.
O momento chegou!


Seu Augusto, Vereador de Formoso

Xiko Mendes
(Homenagem aos 90 anos de Seu Augusto José de Almeida, comemorados dia 9/10/10).

Aqui está um dos homens veneráveis,
Um dos heróis sobreviventes do sertão!
Grande pai e um dos velhos personagens
Ungidos por Deus, que deu-lhe a missão
Soberana de viver como ninguém jamais
Tenha vivido e amado tanto sua família.
O meu herói foi vaqueiro e é ex-vereador.
Juntou seus sonhos todos em uma vasilha.
O resultado é que esse grande sonhador
Se sente feliz entre Formoso e Brasília.
É ele quem comemora nesse momento
De alegria, ao completar noventa anos,
Esse sonho de se viver sem sofrimento
A velhice com alguns vícios mundanos
Libertando-o da solidão e do isolamento.
Minha felicidade é vê-lo sempre de pé
Erguendo com altivez a bandeira da vida,
Inspirando e provando para quem quiser
Desafiá-lo, pois esse é o segredo da partida:
Amar, viver, ser feliz em família com fé.






Um Autodidata Formosense

(Homenagem ao meu irmão, Valdivino Mendes).

Xiko Mendes

Você é a nossa estrela-guia que brilha;
A nossa bússola contra a ignorância!
Leitor número um em nossa família;
Dedicado a estudar com perseverança.
Inteligente, bem informado, estudioso!
Você, meu amigo, é exemplo de cidadão.
Inconformado, sonha um dia ver o Povo
Na luta por campanhas de alfabetização.
O seu maior objetivo sempre foi querer
Mais escolas transmitindo conhecimento,
Educando o filho do pobre para ser
Nosso orgulho e o nosso instrumento
De transformação social para todos.
Esse é um Autodidata cujo talento
Só nos honra dentro e fora de Formoso!!!











Dez Mortos numa PONTE advertem:
Omissão de Prefeitos provoca Acidentes!

Xiko Mendes

(Esse poema-protesto é uma homenagem à minha eterna amiga, Ivany Barbosa de Castro, vítima de acidente de trânsito na “Ponte da Maldição”, em algum lugar esquecido do Brasil).

Essa é a cidade onde pontes de madeira
Há várias décadas não são reformadas.
Entra e sai prefeito, mas a Roubalheira
Não deixa que sobre dinheiro pra nada.

É a cidade onde são velhas as estradas
Feitas ainda no tempo da foice e enxadão.
São pistas estreitas, curvas e esburacadas.
Motorista se perde por falta de sinalização.

Nessa cidade de pistas não sinalizadas,
Omissão de prefeitos provoca acidentes.
A ausência de placas se torna uma cilada
Que empurra pra morte pessoas inocentes.

É a cidade com um povo de boca calada.
Não reclama; não exige o que é de direito.
Político faz o que quer. Não acontece nada.
O povo não manda. Só obedece ao prefeito.

É uma cidade de gente que se acovarda.
As pessoas não se juntam para ter união
E fazer dela o instrumento de vanguarda
A favor da Cidadania contra a corrupção.

Nessa cidade há políticos de braços cruzados
Que só se preocupam com eles e os parentes,
Pois ambos no Governo já estão empregados,
E pouco importa com quem morre em acidentes.

LUTO OFICIAL por Dez Mortes em
Três Acidentes na “Ponte da Maldição”

Xiko Mendes

(Esse poema é uma “homenagem” aos governantes de cidades esquecidas no interior do Brasil).

Eu, como um pobre (?) Prefeito Municipal,
Dirijo-me, já atrasado, aos caros cidadãos
Para comunicar que decretei Luto Oficial
Pela morte, em 3 acidentes, de 10 cristãos.

Mas só resolvi fazer isso devido à pressão
Desse povo que agora decidiu se mobilizar,
Interditou a estrada e a Ponte da Maldição
E exige dessa Prefeitura uma resposta pra já.

Eu peço desculpas em nome desse Povo,
Pois há mais de dez anos essa Prefeitura
Só vai enrolando Deus, os mortos e todos,
Sempre informando uma solução futura.

Mas sei que o povo quer solução é agora,
Quer ponte de concreto e estradas boas;
O povo quer mudar o rumo dessa história
Antes que morram mais dezenas de pessoas.

O povo está de luto. E a culpa é toda minha.
Mas se não houve nenhuma solução até ontem
É porque ninguém dessa cidade ainda não tinha
Se mobilizado por melhores estradas e pontes.

Sei que meu governo foi omisso e displicente.
Sei que deveria ter tomado antes PROVIDÊNCIA.
Mas peço DESCULPAS aos MORTOS e parentes,
Pois agora, enfim, vou despertar a Consciência.


Osvaldo Ornelas – O Construtor de Escolas!


(Homenagem ao Sr. Osvaldo da Silva Ornelas, 7/2/1914 – 6 de agosto de 1990).

Xiko Mendes

Homem cuja imagem desponta no horizonte
Como uma das nossas maiores Lideranças.
Fazendeiro; foi político sério e comerciante:
Foi o líder que inspirava e inspira confiança.

Foi nosso Mestre-Conselheiro e Condutor
De uma Comunidade isolada e mui distante.
Prudente, austero e um bom Administrador:
Assim é a biografia desse ilustre governante!

Nasceu em Paracatu no distrito de Formoso.
Ficou órfão muito cedo, mas era persistente.
Instalou armazém e se tornou homem do povo:
Foi vereador e prefeito; foi vice e Intendente!

Foi homem público muito culto e respeitado.
Foi pai de família zeloso com todos os filhos.
E o seu exemplo há sempre de ser lembrado
E seus conselhos serem repetidos e ouvidos.

Foi pioneiro na construção das primeiras obras.
Foi quem primeiro presidiu a Câmara Municipal.
Entre os prefeitos é o maior Construtor de Escolas.
Entre os políticos da Cidade é um mito sem rival.

A esse Homem-mito é a História quem reserva
Páginas fastigiosas para a sua eterna celebração.
Que Formoso nunca esqueça de Osvaldo Ornelas
Como quem sempre queria o Mundo em construção!


Um “Comunicador entre Dois Mundos”

Xiko Mendes

(Homenagem ao Sr. GERALDO ÉDSON TEIXEIRA ORNELAS em memória dos Vinte Anos de Promulgação da Lei Orgânica de Formoso-MG do qual ele foi Relator da Comissão de Sistematização do Texto Final).

Nasceu em mil novecentos e quarenta e 3
Um dos homens mais importantes do Sertão.
Viveu menos de 6 décadas: morreu aos 56;
E aqui se tornou o Patrono da Comunicação.

Ele ficou sem pai quando ainda era criança.
Foi vaqueiro, açougueiro e vendedor de gado.
E em Formoso foi Relator da Lei Orgânica,
Que é a constituição de um Povo Civilizado.

Em vida sempre apaixonou-se pela pecuária;
Teve apoio de seu Quinca Borges Carneiro.
Depois modernizou a velha fazenda Caiçara
Criando Nelore: a sua paixão de fazendeiro.

Mas de tudo o que ele foi ainda quero frisar
Um outro assunto que é da maior importância:
Ele iniciou a nossa Arte de “telecomunicar”
Que é tão relevante quanto essa Lei Orgânica.

Além de pessoa solidária e grande Vereador,
Era um apaixonado por Formoso de Minas:
Foi Chefe do nosso Serviço de Radioamador
E quem primeiro construiu posto de gasolina!

Ele era um homem com Sentimentos Profundos
De amor à sua Terra sem romper com a Tradição.
Ele é o nosso Comunicador entre Dois Mundos:
O Símbolo de um Formoso em Transformação!


Imigrantes em Formoso de Minas

(Homenagem aos 35 anos de Fixação dos Imigrantes em Formoso a partir da ocupação da Fazenda Caatinguinha pelos COLONOS PATUREBAS, em 1975).
Xiko Mendes

Quando vocês chegaram
Nossa cidade era pequena.
E aqui vocês se fixaram
Como donos de fazendas.

E outros para cá vieram
Como Bravos Proletários.
Se dinheiro não trouxeram,
Trouxe sonhos visionários.

Mais outros se instalaram
Aqui dentro dessa cidade.
Comerciantes se tornaram
Construindo sua felicidade.

Em Formoso vocês compraram
Nossas terras e nossas riquezas.
Nesse município se encantaram
Com o POVO e nossas belezas.

Como Migrantes todos eram
Dotados de Espírito Pioneiro.
E as lavouras que fizeram
Transformou Formoso inteiro.

Em Formoso PROSPERARAM
Os Migrantes do Norte e Sul
Porque em Minas encontraram
O SUCESSO como porto seguro.

E se quando vocês chegaram
Formoso era cidade pequenina,
Agora com vocês multiplicaram
Pessoas que progridem (em) Minas!





Vale do Rio Piratinga

Xiko Mendes

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque ele é o que passa aqui em minhas cidades,
É quem leva enxurradas de nossas ruas e esquinas,
É quem carrega nossas mágoas, dores e saudades.

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque suas margens ilustram as minhas cenas
De paisagens imaginariamente muito lindas!
Pois ele é o rio do repertório de minhas lendas.

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque em suas pedras gravei as lembranças
Melhores desse mundo cruel que nos indigna
Por matar nossos rios de amor e de esperança.

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque ele é lugar que inspira os meus sonhos,
É local em que a Vida me reencontra e ensina
Preservar a Natureza sem interesses estranhos.

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque é dele que brotam a vida e as riquezas,
Pois é ele quem dita nosso ritmo e determina
Como será o planeta se não cuidar da Natureza.

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque ele transporta nosso futuro em suas águas.
E ele traz o nosso desejo de uma punição divina
Contra quem destroem nossas veredas e chapadas!

Nenhum rio é mais importante que o Piratinga
Porque todos os rios guardam o meu sentimento
De amar a terra e contemplar águas cristalinas,
Cuidando das plantas para um novo renascimento.

A Morte Lenta do Córrego Formoso
Xiko Mendes

Ontem, era um brejo largo e comprido.
Hoje, é um rego com solos ressecados.
Ontem, ao seu redor, ele era muito lindo.
Hoje ele está completamente assoreado.

Ontem, era símbolo de bela paisagem.
Hoje é nossa vergonha aqui bem perto.
Ontem fizeram nele grande barragem.
Hoje morre com um lixão a céu aberto.

Ontem, esse córrego era cartão-postal.
Hoje é a nossa máscara exposta e feia.
Ontem, era nosso monumento natural.
Hoje revela nossa agressão à natureza.

Ontem, ele preservava biodiversidade.
Hoje mata os nossos microorganismos.
Ontem, conservava com sua umidade.
Hoje, ali não têm aqueles seres vivos.

Ontem, o córrego tinha muitos afluentes.
Hoje ele é vítima de pactos interesseiros.
Ontem não tínhamos morte de nascentes.
Hoje mataram nossa Barroca e o Barreiro.

Ontem, o velho córrego era muito famoso.
Hoje só se conserva como nome de cidade.
Ontem, fazia jus ao seu nome: era formoso.
Hoje é a vítima da nossa irresponsabilidade.

Ontem, ele chamava-se Córrego Formoso.
Hoje foi transformado num lago artificial.
Ontem era fonte de vida, fascínio do povo.
Hoje agoniza como pobre doente terminal.


Ainda Chegará o Tempo...(?!)

Xiko Mendes

Ainda chegará o tempo de uma grande mudança
Quando a Cidade exigirá mais apoio à Educação;
Quando o povo não terá mais nenhuma confiança
Em políticos que traem as expectativas da eleição.

Ainda chegará o tempo para cuidarmos da Saúde;
Quando também a população ficará mais exigente,
Sem tolerância com corruptos, pedindo que mude
Todo o sistema de poder que não seja transparente.

Ainda chegará o tempo em que a nossa Natureza
Será a prioridade de governos éticos e decentes,
Que sempre cuidarão da vida em toda sua beleza,
Valorizando a biodiversidade do Meio Ambiente.

Ainda chegará o tempo em que o nosso norte
Será determinado por meios de comunicação
Que vão modernizar o sistema de transporte
E essa cidade verá uma grande transformação.

Ainda chegará o tempo de mudar nossa Política;
De transformar nossas relações de poder e disputa;
De ter um povo educado com consciência crítica
Para criarmos um novo sistema de gestão pública.

Ainda chegará o tempo em que a nossa alegria
Será a de vermos a prática “Política da Verdade”
Construindo um governo em que a Democracia
Seja inspiração pra um novo modelo de Cidade!


Um Homem que não podia sonhar

(Homenagem à minha esposa, Sandra).

Xiko Mendes

Conheci um homem que não podia sonhar.
E ele queria que sua cidade fosse melhor;
E embora ninguém se propusesse a ajudar,
Ele resistia mantendo-se como sonhador.

Conheci um homem que não podia sonhar.
E lutou a vida inteira buscando parceiro,
Pois ele desejava o Mundo transformar
Para torná-lo mais humano e verdadeiro.

Conheci um homem que não podia sonhar
Porque as pessoas não lhe davam ouvidos.
Esse homem não se cansava de batalhar
Por um mundo mais justo com dias lindos.

Conheci um homem que não podia sonhar,
Mas, solitário, ele plantava flores no jardim
Esperando que um dia pudesse encontrar
Alguém para não mais fazer isso sozinho.

Conheci um homem que não podia sonhar.
E, apesar disso, continuava sempre sonhando.
Até que um dia, surpreso, veio a se deparar
Com uma pessoa que lhe apareceu como anjo.

Essa pessoa foi quem disse para continuar
Como sonhador sem momentos tristonhos,
Pois de tudo o que ele tinha para sonhar,
Cuidar do Povo era o maior de seus sonhos.

Assim é que esse homem foi se renascendo.
Suas ideias ganharam grandes e fiéis adeptos.
Diante da realidade fomos, com ele, vendo
A transformação dos ideais em bons projetos.

E foi assim que a cidade dele melhorou.
A sua população agora é a grande parceira
Unindo seu poder com os ideais do sonhador
Para realizar e sonhar juntos a vida inteira!






Em Memória da Professora Julieta

Xiko Mendes

Não pense vocês que essa é uma tarefa fácil:
Prestar a mais bela e merecida Homenagem
Para a Mensageira da Última Flor do Lácio,
Defensora permanente da Boa Linguagem.

Para ela cada palavra tinha magia e beleza;
E a frase exigia a melhor entonação estética.
Para ela somente um bom texto era a certeza
De que o nosso idioma é uma dádiva poética.

Em toda a sua vida educou várias gerações
Ensinando-as a usar bem o nosso Português.
Não admitia erros crassos e fazia correções
Certa de que diminuiria a nossa estupidez.

Aprendi com ela que a Língua Portuguesa
Precisa de respeito às suas regras clássicas.
E ela em toda a minha vida foi, com certeza,
A maior e melhor professora de Gramática!!

E ela ensinou-me as dez Classes Gramaticais:
Verbo, pronome, artigo, preposição e adjetivos.
Também o uso das conjunções e dos numerais,
Além de interjeição, advérbio e substantivos.

Em sua terra foi a Musa Guardiã da Palavra;
Foi a protetora do bom uso de nossa Língua.
E a ela todos recorriam se alguém duvidava
De frases ditas em prosa ou na forma de rima.

Que o seu Nobre Exemplo possa ser seguido.
Hoje falar ou escrever bem não é prioridade.
Que então ela seja, como Educadora, um símbolo
Do nosso amor à Língua e ao Culto da Verdade.

Que Lugar é Esse...?

Xiko Mendes

Que lugar é esse, onde a nossa Educação
Não é prioridade nos projetos do governo?
Que lugar é esse em que não há valorização
E professor vive isolado do que é moderno?

Que lugar é esse onde um pobre professor
Prepara aulas como nos tempos de outrora?
E onde não há laboratório de computador
Nem internet banda larga nem copiadora?

Que lugar é esse onde as velhas escolas
Há décadas precisam de transformação?
Que lugar é esse onde um salário-esmola
É, para o professor, sinal de humilhação?

Que lugar é esse onde o transporte escolar
É um ritual de sofrimento para o estudante?
Que lugar é esse onde aluno tem que andar
Em ônibus velhos que não seguem adiante?

Que lugar é esse onde se paga pra trabalhar?
Onde professores sofrem como na escravidão?
Onde a merenda ainda precisa muito melhorar?
Onde o Povo, calado, não faz reivindicação?

Que lugar é esse, que ignora a Modernidade?
Não dá cursos ao professor para atualização?
E não moderniza o ensino para que a cidade
Possa entrar rápido em nova era de evolução?

Esse lugar é onde o povo não sabe de seu poder.
É onde professores, sozinhos, mudam a realidade.
Mas também é o lugar onde é necessário eleger
Governantes éticos que cuidem melhor da cidade.

Dona Ana e Dona Edna

Xiko Mendes

Deixo essas recomendações inesquecíveis:
Olhem para o Passado com muita atenção!
Nele veja como duas professoras incríveis
Aqui transformaram a Nossa Educação.
A elas presto as homenagens possíveis.
Ninguém pode deixar de se saber disso:
Aqui elas fizeram uma grande Revolução!
Educaram gerações do nosso Município
Dedicando-se ao Ensino enquanto Missão
Necessária como exemplo a ser seguido.
Assim quero que façam como Obrigação.



















Educar...


Com essa Homenagem às Professoras Ângela Moreira Ornelas, Cleuma de Moura Almeida, Eva dos Reis de Oliveira Santos, Fabíola da Silva Prado, Iraci Fernandes Magalhães, Ivanete Maria da Silva Ornelas, Lindomar Cândido Barbosa da Silva, Maria dos Reis Correia de Queiróz e Neuracy Ribeiro Lima, queremos homenagear todos os que trabalharam o Projeto Formoso conta a história de seus Imigrantes nas quatro escolas do nosso Município.


Xiko Mendes


Educar...
É mais que vencer as barreiras difíceis.
Educar...
É não se contentar apenas com coisas possíveis.
Educar...
É colocar-se sempre na Encruzilhada do Saber
Sem impor a escolha prévia de nenhum caminho.
Educar...
É desprender as flores dos espinhos
Apreciando o néctar em sentimentos indizíveis.
Educar...
É desenhar na Vida o Melhor Projeto
E lutar por ele com a paciência de um monge.
Educar...
É diminuir distâncias, pois, se “devagar se vai ao longe”,
Então, que se eduque para o Sonho e a Esperança.
Educar...
É penetrar fundo em nosso próprio universo.
Educar...
É dar um toque mágico à Imaginação Criadora.
Educar...
É ver a dialética transformar o que é Abstrato em Concreto.
Educar...
É uma permanente Ação Libertadora.
Educar...
É mais que a busca egoísta do Sucesso.
Educar...
É levar o Homem a sonhar percorrendo o Infinito.
Educar...
É entregar-se, na hora certa, ao Silêncio ou ao Grito.
Educar...
É fazer tudo que para o Mundo parece incrível.
Educar...
É romper as Fronteiras do Impossível!!

Últimas Palavras de um Formosense Diferente

Xiko Mendes
(Homenagem-testamento de um homem que passou a vida lutando por uma nova consciência em sua terra).

Olhem para o Alto Carinhanha
E salvem os afluentes do Urucuia!
Subam no Morro do Barreiro e
Mire o Parque Grande Sertão Veredas!
Enxerguem nossas belezas e potencialidades!
Contemplem nossos velhos jatobás
Onde FORMOSO nasceu há dois séculos!
(Parque e árvores preservando a vida!).
Não deixem morrer o Piratinga
Com terra assoreada e contaminada!
Não matem o São Domingos
Com seu leito pedregoso, lindo e escorregadio!
Não matem as árvores que fazem
Belas nossas paisagens de chapada!
Mantenham vivo e puro o nosso subsolo!
Diga não a quem destrói a memória do povo!
Conscientizem quem ignora nossa História!
Façam com que os políticos priorizem
A Educação,
A Saúde,
O Meio Ambiente,
O Transporte para todos!
Peçam às pessoas de bem que lutem
Contra a corrupção em FORMOSO!
Contra o analfabetismo!
Contra as drogas e a violência!
Contra o desprezo pelos idosos!
Contra o descaso com o futuro das crianças!
Contra o autoritarismo que mata nossa liberdade!
Diga às novas gerações quanto é saudável
AMAR FORMOSO (!),
Sentir o cheiro dessa terra única e incomparável (!),
Ver cada flor de cerrado abrindo-se para o horizonte(!),
Quero que deixem FORMOSO pulsar
O seu sentimento pela democracia...
Pelo amor ao próximo...
Pelo mundo e a humanidade!
(Respeitem quem vem morar e desenvolver FORMOSO
Sem se perguntar se ele é do Brasil ou do Mundo!).
Quero que FORMOSO não pare um segundo
De lutar por uma cidade sustentável,
Limpa, com moradia e emprego digno para todos,
Com ruas bem cuidadas,
Com jardins e praças coloridas,
Com Gente que ama Ser Formosense
Antes de qualquer coisa nesta vida!
Que DEUS e o POVO
Caminhem unidos e em silêncio celestial
Em cada parte desse território
E façam de FORMOSO
Sempre o melhor lugar
Para se viver!
Por fim, a última coisa que lhes peço:
Não deixem que o vento leve
Os sonhos de cada Cidadão FORMOSENSE!